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Uma das melhores formas de eliminar o estigma e reduzir a discriminação associada à esquizofrenia é esclarecer concepções errôneas comuns sobre a doença e substituí-las por informações claras e precisas. A esquizofrenia é um transtorno mental que interfere na capacidade da pessoa de discernir entre o que é real e o que não é, de controlar suas emoções, de raciocinar com clareza, de fazer julgamentos, e de se comunicar. A International Classification of Diseases (Classificação Internacional de Doenças - CID) dá a seguinte descrição de esquizofrenia no CID-10 para Classificação de Transtornos Mentais e Comportamentais:
     Descrições Clínicas e Diretrizes Diagnósticas (Organização Mundial de Saúde, 1992):

Os transtornos esquizofrênicos caracterizam-se em geral por distorções profundas e características no pensamento e na percepção, e por afeto inapropriado ou embotado. A consciência e a capacidade intelectual geralmente são preservadas, embora possa haver o desenvolvimento de certos déficits cognitivos com o passar do tempo. O transtorno envolve as funções mais básicas que dão à pessoa normal uma sensação de individualidade, singularidade e auto-controle. O indivíduo acredita que seus pensamentos, sentimentos e atitudes mais íntimos são conhecidos ou compartilhados por outras pessoas, podendo haver delírios explanatórios, onde forças naturais ou sobrenaturais agiriam sobre os pensamentos e atitudes atormentadas do indivíduo de formas geralmente bizarras. A pessoa pode se ver como o pivô de tudo o que acontece. Alucinações, principalmente auditivas, são comuns e podem comentar os pensamentos ou o comportamento da pessoa. A percepção freqüentemente está perturbada de outras formas: cores e sons podem parecer excessivamente vívidos ou alterados em qualidade, e aspectos irrelevantes de coisas comuns podem parecer mais importantes que o objeto ou situação em si. A perplexidade também é comum e freqüentemente leva à crença de que as situações cotidianas têm um significado especial, geralmente sinistro, direcionado unicamente para a pessoa. No transtorno de pensamento esquizofrênico característico, aspectos periféricos e irrelevantes de um conceito total, que são inibidos na atividade mental direta normal, são trazidos à tona e utilizados em detrimento daqueles relevantes e apropriados à situação. Assim, o pensamento torna-se vago, elíptico, e obscuro, e sua expressão no discurso às vezes é incompreensível. Pausas e interpolações na seqüência do pensamento são freqüentes, e os pensamentos parecem ter sido removidos por alguma força externa. O humor é caracteristicamente superficial, crítico ou incongruente. Pode ocorrer ambivalência e transtorno de volição, como inércia, negativismo ou letargia. Pode haver catatonia. O início pode ser agudo, com comportamento seriamente comprometido, ou insidioso, com o desenvolvimento gradual de idéias e atitudes estranhas. O curso do transtorno mostra uma variação igualmente grande tornando-se inevitavelmente crônico ou pior a cada dia. Em alguns casos, que pode variar em diferentes culturas e populações, ocorre uma recuperação completa ou quase completa. Os sexos são afetados aproximadamente da mesma forma, mas o início tende a ser mais tardio nas mulheres.

Os sintomas de esquizofrenia geralmente são classificados como positivos e negativos (Andreasen e Olsen 1982). Ambos os tipos de sintomas podem causar problemas especiais no funcionamento social e contribuir para o estigma da esquizofrenia. Na maioria dos pacientes com esquizofrenia, os sintomas positivos e negativos estão presentes em diferentes proporções em diferentes períodos da doença.
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